terça-feira, 28 de abril de 2009

Português redondo à sétima

Cansei desta ditadura,
Ditadura desta lingua,
Rasgado por esta dura,
Que só me deixa à mingua.

Ditadura portuguesa,
Dessa lingua: portuguesa.
Que só foge à regra...
Quando foge à rima.

Não! Escrevo como quiser!
Eu, ele, ela, não podem ser...
Escritas. Logo sem poder.

Não faço a diferença...
Porém mantenho a crença!
De um dia, talvez, ser livre!

Mais uma sem sentido

Se não bastasse mais uma nova crise
Só outra idéia velha seria
Tão séria que crise nem chamaria
Como não? Que crise governaria?

Não sei, pensei: "Só sei que nada sei"
Em nosso estado como um todo
Sem sentido. A loucura do Rei
Rei que sou, mas não sou tolo por todo

Despotismo quase esclarecido
Igual absolutismo ilustrado
Largado outrora pelo seu bandido

Entretanto sem nexo foi escrito
Para alguém simplificar a verdade
Loucura ousar, sem tentar: não pensar. De verdade.

Saco de tédio

O tédio me consome,
O pensamento não some,
A voz nunca se faz ativa...
Redondilho à reativa.

Palavras sem nexo.
Oh!Rumos sem eixo.
Perde, oh! Sentido.
Dono do destino?

Tão rápido os quartetos acabaram...
Num piscar os tercetos já fecharam.
Simples! Terminado o pobre terceto...

Antepenúltimo: quase no fim...
Penúltimo: tristeza não é assim;
Último: acabou saindo feito. 

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Soneto de um sentimento


Sonetos foram feitos para tantos,
Levemente traz o ritmo querido,
Entretanto não se faz requerido,
Aquela mágoa gerada por prantos.

Intercalando o sentimento vão:
Uma vez tão forte quanto um tufão;
Calmo se faz terno, livre, dormente;
Sem ele: Impossível! Fico doente.

O que é um poeta sem um amor maior?
Como o vaso vazio sem cor, nem flor...
Falta sorte ou um pouco de dor?

Faça frio, calor, secura ou não
Primavera, outono, inverno e verão
Nosso amor não tem: hora, ciclo, estação.

Sergio Maciel

terça-feira, 14 de abril de 2009

Soneto de uma Fênix



Já feito se fez como fênix morta:
Nas cinzas observa o céu à volta,
 Parou, fez de sua vida sua revolta,
Coitada! Sozinha não tem volta.

Seu desvario revelou sua derrota,
Sem ritmo fez-se a dança da derrota,
Deixou levar sua pobre alma morta,
Este seria o fim da ave devota?

Das cinzas fez-se nova por vontade.
Destino ou Deus a deu liberdade...
Livre para amar, sorrir de verdade.

Fazer um soneto é como ser uma fênix:
Viver sabendo que será imortal,
Morrer sem ao menos ter um final.

Sergio Maciel

quarta-feira, 1 de abril de 2009

"Sorriso sempre"

Acordo e o pensamento já estava lá
Não preciso lembrar para ter o nome no ar
O nome já está em minha mente desde sempre, não tem como negar...
Acordo e é a tua presença que evoco para me amparar
Minha vida iluminada foi pela tua luz
Tudo que olhas ganha luz
Tudo que tocas se faz jus de ser belo
Independente do elo que é feito o ar...

Tu és bela!
Bela em todos os sentidos de ser
Bela, formosa, harmônica para mim: meu bebê
Pois nasci para lhe ter e ouvir
Acudir e cuidar
Isso sim me faz crescer, querer ser...
Teu homem, teu lar.
E assim chamar-te de meu mar...

Para M.M.S.